Educar é uma tarefa árdua. Sabendo que, no cenário educacional atual, a presença familiar se encontra cada vez mais escassa, nota-se um desnível significativo no avanço cognitivo dos estudantes. Percebe-se, portanto, que a presença dos país (responsáveis) na vida escolar de seus filhos é indispensável para a boa convivência e formação do aluno, enquanto cidadão, dentro e fora da sala de aula, e principalmente para que possamos construir uma educação digna e de qualidade.
É extremamente comum ouvirmos que a educação é papel único e exclusivo do professor, entretanto, quando pensamos em educação e no que ela representa teremos uma noção básica de que educar é um processo que demanda um conjunto de práticas que proporcionará ao cidadão — nesse contexto ao aluno —, a capacidade de se desenvolver fisicamente, socialmente e psicologicamente enquanto pessoa. Nesse contexto podemos entender que aquilo que compreendemos como processo educativo não se inicia na escola, mas sim dentro do ambiente familiar (na casa do aluno), é lá que a criança terá o primeiro contato e aprenderá sobre a convivência em sociedade, além disso é dentro desse período que a criança adquiri habilidades e funções especificas como a sociabilidade, a percepção, a religião, a cultura, a motricidade etc.
Observe, portanto, que essas e outras habilidades são adquiridas dentro do seio familiar e posteriormente serão aperfeiçoadas dentro do ambiente escolar com auxilio do professor, que em conjunto com a família, serão responsáveis pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas habilidades.
Compreenda que o papel do professor dentro do campo educativo, ou seja, dentro do ambiente escolar é ser um mediador do conhecimento, proporcionando aos alunos ferramentas que despertem o desejo pelo senso investigativo, tornando o estudante capaz de aprender com seus próprios questionamentos, baseando-se, também, nos conhecimentos já adquiridos no ambiente familiar por meio de suas próprias observações. Além disso, para que isso ocorra de forma satisfatória, é preciso que o estudante, tenha uma noção básica sobre a convivência em sociedade, habilidade essa que desenvolver-se-á com orientação familiar.
Ainda sobre o papel do educador (docente), podemos sim destacar que esse possui funções e obrigações importantíssimas no aprendizado, desse modo cabe ao professor estar preparado ou preparar-se para lidar com as diversas situações que podem ocorrer no âmbito escolar, além disso é indispensável que o professor procure formas distintas de tornar o aprendizado mais lúdico, incentivando e estimulando o aluno a desenvolver o desejo pelo aprendizado, o que consequentemente auxiliará no desenvolvimento físico e psicológico do estudante.
Desse modo podemos destacar algumas obrigações que são de responsabilidade, não exclusiva do professor:
Estimular e auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades motoras, físicas e intelectuais dos estudantes, ou seja, cortar, pintar, manipular objetos; criar, gesticular, tocar; perceber, transmitir, comunicar-se, ler, falar, escrever etc.;
Auxiliar no desenvolvimento autônomo da criança, apresentando-lhes e ensinando-as diferentes formas de realizar tarefas das mais simples as mais complexas;
Estimular o desenvolvimento das habilidades básicas de comunicação e posteriormente aperfeiçoa-las, ou seja, estimular a criança a fazer uso da fala, da escrita, dos gestos, das expressões faciais, da leitura, da escrita, do desenho etc., de forma que compreendam a importância de comunicar-se bem seja por quaisquer meios.
Como vimos até agora, o professor é um mediador do conhecimento, todavia não cabe ao professor substituir os pais no que se refere ao ato de educar, o professor deve agir como um auxiliar nesse processo, uma vez que o aprendizado básico se iniciará em casa.
Qual o papel da família dentro do ambiente escolar?
Já de cara, precisamos deixar bem claro que a ausência/presença familiar na vida do estudante influencia drasticamente no desenvolvimento do estudante, uma vez que é extremamente visível que filhos que contam com pais/responsáveis presentes em suas rotinas apresentam maior desenvolvimento intelectual, seja de ordem física, sentimental ou psicológica, proporcionando a estes chances maiores de desenvolver de forma adequada diferentes habilidades em distintos aspectos sociais, intelectuais e emocionais.
Quando nos deparamos com estudantes dentro de sala de aula que vivenciam no ambiente familiar/residencial cenários de guerra entre país, ou seja, violência física e psicológica, divorcio, traição, brigas e discussões constantes, ou até mesmo a ausência de uma das partes na vida da criança, nota-se nestes estudantes um rendimento menor e muitas das vezes insuficiente, ou, quando não, o declínio no aprendizado no caso de estudantes que em outro momento eram destaque em sala de aula e devido a ausência total de uma das partes e a ausência parcial do outro por quaisquer motivos, demonstraram mudança no comportamento e rendimento.
Com isso é fundamental compreender que a participação da família na educação dos filhos pode influenciar positivamente ou negativamente a depender da forma como os responsáveis lidam com essa tarefa.
A educação básica dos alunos é tarefa dos pais, uma vez que são eles os responsáveis por criação ensinando e impondo limites na vida de seus filhos, tornando-os capazes de conviver em sociedade e praticar conceitos básicos para a sobrevivência e o convívio. São eles também os responsáveis por instruir e ensinar conceitos básicos para o desenvolvimento físico como dito anteriormente, ou seja a capacidade de andar, correr, cair de forma adequada, apontar, segurar, tocar, sentir e expressar-se, bem como, lidar com suas emoções e comportamentos etc.
Desse modo é fundamental destacar que cabe aos pais e/ou responsáveis:
Ser participativo e presente na vida escolar dos filhos, ou seja, procurar saber como anda o desempenho da criança, auxiliar nas frustações e dificuldades na hora de realizar as tarefas escolar (lições de casa).
Auxiliar e incentivar os alunos na realização de atividades escolares, orientando e explicando qual a sua importância e instruindo-os para que compreendam que as atividades propostas pelos professores auxiliarão no aperfeiçoamento e desenvolvimento de habilidades básicas e complexas;
Conversar e trabalhar em conjunto com os professores e gestores, sobre as melhores praticas escolares (principalmente no caso de alunos com necessidades especiais), visando o melhor desenvolvimento e aprendizado dos estudantes dentro ou fora da sala de aula;
Instruir, orientar e testar a capacidade dos alunos durante momentos de sociabilidade e frustrações decorridas da convivência em sala de aula com outros estudantes, ou seja, cabe aos pais ensinar seus filhos a se portarem dentro e fora de sala de aula, a lidar com suas frustrações e sentimentos, entender e utilizar conceitos básicos sobre respeito, empatia, bem como trabalhar a rotina, compreendendo que a um momento para realização de determinadas tarefas etc.
Conclui-se, e reforça-se que não cabe única e exclusivamente ao professor exercer o papel do pai ou da mãe, uma vez que o docente é um mediador e transmissor do conhecimento, e preparará o aluno para utilizar de forma correta os conhecimentos adquiridos, abrindo-lhes espaço para aquisição de novos conhecimentos.
Adoraríamos saber sua opinião a respeito desse assunto, portanto, caso sinta a necessidade de falar sobre o assunto deixe seu comentário abaixo.
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